quinta-feira, 28 de junho de 2007

Tem uma cena muito boa no "Acossado", de Godard, onde Patrícia, a personagem da Jean Seberg, participa de uma coletiva de imprensa com um intelectual badalado, Parvulesco, interpretado pelo cineasta francês Jean-Pierre Melville, e em meio a diversas cretinices que o tal personagem fala, Patrícia pergunta o que ele deseja depois de tantas glórias. E ele responde: - "Virar imortal. E depois morrer".
Essa citação me veio à memória porque ganhei um prêmio da Academia Brasileira de Letras. Prêmio de melhor roteiro adaptado, por meu trabalho em Achados e Perdidos, filme do José Joffily e baseado no romance homônimo de Luis Alfredo Garcia-Rosa.
Esse prêmio foi instituído pelo cineasta e agora imortal Nelson Pereira dos Santos e nesta primeira edição foram premiados os roteiros de Achados e Perdidos e de Um crime delicado.
O bacana é que este ano a Academia comemora 100 anos.
Ser premiado pela ABL é meio caminho pra imortalidade? Não faço a menor idéia. Mas ganhar um prêmio é sempre bom. Ainda mais em tão boa companhia... meus cumprimentos aos também vencedores Beto Brant, Marçal de Aquino, Marco Rica, Maurício Paroni e Luiz Francisco Gonçalves (roteiristas de Um crime delicado).

Nenhum comentário: